Mário Moraes


Personagem de destaque na educação em nossa cidade, sempre que seu nome vem à tona, nos lembramos de um enérgico diretor à frente do Grupão, apelido carinhoso que demos a nossa mais antiga escola, “o Carlos Porto”. Entretanto, devemos lembrar que antes de assumir a direção, foi também professor e, deste modo, digno de todas nossas homenagens neste 15 de outubro (Dia do Professor), sem contar as comemorações pelos 110 anos de seu nascimento.

Estamos falando do “seu” Mário Moraes, jacareiense de berço, nascido em 17 de outubro de 1912. Seus pais, o viajante Francisco Batista de Moraes e sua esposa Patrocínia Pereira de Moraes vieram para Jacareí em 1911, residindo anteriormente em Santos e São Paulo. Aqui instalaram uma casa comercial de ferragens e ferramentas: a Casa Moraes, primeiramente na Rua do Carmo (Rua Pompílio Mercadante) e depois na Rua Alfredo Schürig nº 02, quase em frente à atual Choperia do Gordo. Ali, seus filhos Murilo (Nino) e João aprenderam o ofício e posteriormente estabeleceram-se no mesmo ramo na capital paulista. No entanto, foi Bolívar Darcy, apelidado Bebé, quem deu continuidade aos negócios do pai. Por sua vez, Cássio foi trabalhar na Receita Federal, enquanto o “nosso” Mário escolheu o magistério.

Casa Moraes

Seu Francisco gozava de grande respeito dos jacareienses, tornando-se prefeito municipal na década de 1930, responsável pelo início das obras da Ponte dos Arcos, construindo a passarela para a derrubada da ponte metálica. Devido à Revolução Constitucionalista de 1932, o projeto só foi concluído na gestão de seu sucessor, Hélio Navarro da Cruz.

Mário Moraes diplomou-se no Grupo Escolar Carlos Porto em 1925 e completou seus estudos em Taubaté (Ginásio Santo Antônio) e Guaratinguetá, no famoso Colégio Rodrigues Alves. Formado professor normalista, retornou à Jacareí e passou a exercer com muita dedicação seu mister de professor, primeiramente como substituto e depois integrando o quadro da Fazenda São Martino, de onde foi transferido para a Escola Lamartine Delamare.

Em 13 de agosto de 1954, Mário de Moraes assumiu a direção de sua escola de infância. Aquele homem de pequeno porte físico, mas de uma grandeza moral e intelectual, muito disciplinado e sempre preocupado com a limpeza, pontualidade, assiduidade dos professores e, logicamente, com a linha pedagógica da escola, “vivia a escola”. “Quando ele subia as escadas, até as madeiras tremiam”, lembra um ex-aluno. Tornou-se o expoente máximo na direção daquele colégio, período que se estendeu até sua aposentadoria em 12 de agosto de 1976, sempre com alto padrão na qualidade de ensino.

Comemorações dos 75 anos da Escola Coronel Carlos Porto
Comemorações da Aposentadoria de Mário Moraes – 1976

Solteiro, Mário morou com seus pais até o falecimento destes. Sem filhos, gostava muito de ler e viajar. No âmbito familiar, deu enorme contribuição na formação educacional, ética e moral dos sobrinhos Márcio José, juiz que condenou a União pela morte de Vlado Herzog; Mário Sérgio, professor e escritor, e o mais jovem, Luiz Eduardo, que se tornou comerciante como o pai, Bolívar.

Mário Moraes era um homem muito religioso, pertencendo à Irmandade do Santíssimo durante décadas. Voluntariamente, durante 22 anos apresentou um programa religioso na Rádio Clube Jacareí, onde orava: “Ave Maria: os sinos bimbalham e seus ecos ressoam pelas montanhas”. Já bem idoso, ainda tocava teclado nas missas na Matriz Imaculada Conceição. O grande mestre faleceu em 02 de agosto de 2000, aos 87 anos, mas seus ensinamentos continuam a ecoar, certamente muito além das montanhas valeparaibanas.

Professor Mário Moraes

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Fontes: Professor Mário Sérgio de Moraes
Jacareí Tempo & Memória – Ludmila Saharovsky

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