A Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – OSESP se apresentou em Jacareí na noite da última sexta-feira (24/11) e como sempre o concerto foi um espetáculo, no que se diz respeito à qualidade do programa e dos músicos sob regência de Ricardo Bologna.
A apresentação faz parte do projeto OSESP Itinerante que busca democratizar o acesso da população à música clássica. Deste modo, parte da orquestra se apresenta em cidades próximas à capital paulista e outro grupo em cidades mais distantes. Assim, enquanto alguns músicos estavam em Jacareí, outros se deslocaram em turnê até a cidade de Fernandópolis, a 550 km de São Paulo. A orquestra é estadual e por isso leva a sério o dever de levar cultura a todo o Estado. Nada mais coerente, não é?
Mas veja como as coisas são curiosas: enquanto em São Paulo, os ingressos gratuitos precisam ser reservados com até uma semana de antecedência, com ampla divulgação pelo site da Orquestra, em Jacareí quem foi até o Teatro Ariano Suassuna não precisou enfrentar filas, encontrou assentos disponíveis, tudo muito tranquilo. Eficiência dos responsáveis pela casa de espetáculos? Que nada! Somente falta de divulgação.
O Site de Jacareí que tem um espaço dedicado à agenda do Teatro Municipal, vinha acompanhando desde o início do mês a confirmação do grande evento. Ainda em 1º de novembro, entramos em contato com os responsáveis, não só para ter garantias quanto à divulgação, mas também para alertar para o erro na agenda divulgada no site da Secretaria de Educação, este, aliás, quase impossível de ser encontrado.
Como nada foi confirmado, o Site de Jacareí aguardou o release da Prefeitura Municipal. Até a manhã de 23/11, nada havia sido publicado. Como o evento continuava no site da OSESP, resolvemos fazer uma pequena nota no nosso perfil no Instagram. Para surpresa geral, apenas algumas horas depois, a apresentação da orquestra foi divulgada pela Fundação Cultural. Certamente alguém havia “comido bola”.
A divulgação tardia do evento, levou um público pequeno ao Teatro, algo que acreditamos causou até certo constrangimento dos músicos, acostumados com casas lotadas. Antes do início do espetáculo, alguns assentos em frente ao palco estavam reservados às autoridades. Como nem elas apareceram, logo os pedestais com a sinalização das reservas foram retirados. Fazer o quê, se nem o vereador Valmir do Parque Meia Lua apareceu para dar um 👍?!
Uma pena que grande parte dos jacareienses não foi informada a tempo do espetáculo! Quem haveria de ser o responsável pela divulgação que não ocorreu? Certo é que recebem muito bem para fazer um serviço que deixa a desejar.
Além deles, a “imprensa” local, acostumada a receber uma “mensalidade” para exaltar o governo de ocasião, nada noticiou a respeito. Como não recebeu um e-mail da Secretaria de Comunicação, não houve a árdua tarefa de “copiar / colar” o release oficial.
Triste! Perde a Cultura! Perde Jacareí! Perdemos todos!!
“Quase” plagiando Paulo Freire, que dá nome ao Complexo que abriga o Teatro: “A cultura não transforma o mundo. A cultura muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.
Jacareiense nascido em 1964, é pós-graduado em Negócios em Mídias Digitais, bacharel em Ciências Econômicas e Servidor do Judiciário Paulista. Ativo pesquisador da história da cidade, é autor do “Dicionário Ilustrado da Cidade”, criador do “Blog de Jacareí – Uma Viagem pelo Tempo” e do “Site de Jacareí – A Cidade em um Clique” além de administrador de grupos no Facebook como “Memórias de Jacarehy”, “Jacareí – Craques do Passado”, “Jacareí para o Mundo” e “Pelas Ruas de Jacarehy”, ferramentas virtuais de comunicação que permitem o aprendizado e o compartilhamento de histórias com seus mais de 60 mil seguidores.
A OSESP esteve antes em Jacareí em 2014 e 2019. Nas 2 ocasiões o teatro lotou e na segunda vinda teve até tumulto na entrada por conta de muita gente não ter conseguido ingresso. Foi de fato vergonhoso para a cidade. Uma pena! O repertório estava recheado de ouros do repertório da música erudita brasileira. O Ponteio de Claudio Santoro foi emocionante! Essa negligência da comunicação tem mesmo que ser denunciada, pois, é edionda!